segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Cirurgião dá dicas comportamentais para a melhora do refluxo gastroesofágico

O esôfago é um tubo digestivo que liga a faringe ao estômago e suas paredes impulsionam os alimentos para o estômago por meio de contrações musculares. Todo trabalho ocorre de forma sincronizada para que os alimentos não retornem à boca. Nos centímetros finais do esôfago existe o esfíncter esofágico inferior, que impede o refluxo do suco gástrico para o esôfago. Porém nem sempre ele funciona corretamente permitindo que o conteúdo do estômago retorne para o esôfago causando o refluxo gastroesofágico, conforme alerta o cirurgião geral e gastroenterologista, Fernando Antonio Blandi, do Hospital e Maternidade Beneficência Portuguesa de Santo André.

Existem dois tipos de refluxo, o patológico e o fisiológico. A diferença entre os dois é a quantidade regurgitada e a frequência que ocorre. Normalmente é uma consequência da migração do ácido do conteúdo gástrico para o esôfago e pode ocorrer diversas vezes ao dia por curtos períodos de tempo.

Além de problemas no esfíncter inferior, o refluxo gastroesofágico também pode ser causado por acidez elevada, muita produção de ácido gástrico, obesidade ou gravidez.

Outros fatores que podem contribuir para o problema são hérnia hiatal, síndrome de Zollinger-Ellison, hipercalcemia, esclerose sistêmica e tabagismo.

Entre os principais sintomas estão a azia caracterizada por sensação de queimação no peito vinda de baixo pra cima até a boca; alterações dentárias; sensação de gosto azedo ou salgado na garganta devido à regurgitação, tosse, pneumonias e asma.

“Caso a azia seja ocasional não significa necessariamente que a pessoa tenha refluxo gastroesofágico”, o paciente deve realizar o acompanhamento com o especialista”, explica o médico.

É importante lembrar que alguns fatores agravam o refluxo gastroesofágico tornando-se necessário adotar medidas comportamentais como a elevação da cabeceira da cama entre 15 e 20 centímetros; não se deitar até duas horas depois das refeições e não fumar. Evitar alimentos ácidos que agridem a mucosa e que estimulem o refluxo como frituras, gorduras, molhos de tomate, alho, cebola, doces, chocolate, mentolados, refrigerantes, bebidas alcoólicas, café, chá preto. Também é importante ter atenção aos medicamentos que agridam ou facilitem o refluxo e fazer mais refeições em quantidades menores.

O tratamento medicamentoso, complementado por outras medidas gerais, costuma ser eficaz. Em algumas circunstâncias a cirurgia é recomendada, já que o tratamento cirúrgico é considerado efetivo quando o tratamento clínico não tem resultado satisfatório.

“Assim que os primeiros sintomas aparecerem, o médico deve ser procurado para o diagnóstico, uma vez que o contato persistente do suco gástrico ácido com a mucosa do esôfago pode provocar esofagite (inflamação no estômago). Outra observação para a alteração, conhecida como esôfago de Barret, é um tipo de inflamação pré-cancerígena da mucosa do esôfago. Além desta, mais uma alteração costuma coincidir com a doença do refluxo gastroesofágico, a hérnia de hiato”, explica o especialista.

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