segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Cuidado RONCO é início de problemas cardíacos


Mulheres também sofrem da doença, que afeta 32% da população


O barulho não parece um som feminino, mas ronco também é problema de mulher. O sinal noturno, inclusive, não deveria ser motivo para vergonha e sim para cautela.

As pesquisas mais recentes atestaram que o ruído é um forte indício de risco de infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e diabetes, as três doenças que mais ameaçam a vida das brasileiras.
Após os 40 anos de idade, afirmam os especialistas, elas perdem a proteção hormonal e aparecem equiparadas aos homens nas estatísticas de uma doença chamada apneia do sono, que tem como um dos sintomas clássicos o ronco.

 Antes a apneia era considerada grave porque compromete a qualidade de vida, impede o descanso durante o sono, atrapalha a concentração, o humor e até os relacionamentos. Agora, a preocupação dos estudiosos é dupla: os estudos têm mostrado que a probabilidade de sofrer problemas cardíacos, vasculares e também metabólicos é duas vezes maior em quem tem apneia, como explica o cardiologista do Hospital Bandeirantes Dr Heron Rached
“Como a pessoa fica sem respirar por alguns instantes diminui a oxigenação do organismo. Isso faz com a pressão arterial fique mais alta, aumentando os riscos de enfarte e AVC”, explica. “Outro problema é que, sem oxigênio, a produção de adrenalina também é super estimulada, o que aumenta a produção de glicose e, por consequência, o diabetes.”

Rached afirma que diversos estudos norte-americanos já confirmaram a relação entre apneia e complicações cardíacas. Um deles, feito por meio da análise de 1.000 atestados de óbitos, concluiu que o risco de morte cardiovascular era duplicado nos que sofriam agravos do sono. “Confirmamos o risco em um estudo feito no Incor. Analisaram 80 pacientes, metade com apneia, outra sem. Identificaram arritmia (batimentos irregulares do coração) em 30% dos pacientes com apneia e apenas em 6,25% nos que não tinham a queixa.”

Mulheres desavisadas
  Uma pesquisa feita o ano passado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostrou que a apneia é muito mais presente nas “camas” da população do que se imagina. Em análise feita com 6 mil adultos foi atestado que 32% deles tinham algum grau de ausência de respiração no sono. Para entrar no grupo era preciso ter mais de 15 “paradas” de respiração por minuto dormindo. Em casos graves, são mais de 30 paradas.

A responsável pelo Instituto de Medicina do Sono, Lia Bittencourt, explica que os sinais do problema são sonolência constante, hipertensão e cansaço, quase sempre negligenciados pelos pacientes e pelos médicos.
Obesidade e tratamento

O tratamento convencional é feito com a utilização de um aparelho chamado CPAP. É uma espécie de máscara, ligada a uma tubulação, que precisa ser usada toda noite. Como é muito grande e cara (entre R$ 1.500 e R$ 6.000) precisa de orientação médica constante para não ser descartada ou subutilizada pelo paciente.
“É preciso procurar ajuda do médico. Costumo dizer que morrer de vergonha do ronco é pior do que morrer por causa do ronco”.

Médico Cardiologista

CRM: 76.974

Graduação: Graduado em Medicina pela Universidade Federal da Paraíba (1990).

Pós-graduação:Residência médica em Cardiologia Clínica pela Real e Benemérita Sociedade Portuguesa de Beneficênica (1995), especialização em Ecocardiografia pela USP e em Ressonância Magnética Cardiovascular pela HCFMUSP. Estágio em ecocardiografia pela Univertisty of Alabama at Birmingham (EUA). Possui doutorado em ciências médicas pela Universidade de São Paulo. Membro titular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR). Especialista em Cardiologia pela SBC e Radiologia pelo CBR.

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