Dra Emanuelli Alvarenga Silva |
O aborto de repetição é um problema que aflige mulheres que não conseguem levar a gestação até o fim, acontece em idade fértil e caracteriza-se pela perda recorrente do feto antes de completar 12 semanas. Pode ocorrer inúmeras vezes conforme alerta a ginecologista Emanuelli Alvarenga Silva, do Hospital e Maternidade Beneficência Portuguesa de Santo André.
Normalmente o aborto de repetição é de causas genéticas, endócrinas, anatômicas, infecciosas, imunológicas, ambientais e até desconhecidas. É preciso realizar uma investigação, analisando alguns pontos, como quando foram os abortamentos e alterações no útero. Também é importante perceber que muitas mulheres podem ser assintomáticas durante a vida, mas em uma gravidez podem surgir problemas, além de desenvolver algumas síndromes.
Segundo a ginecologista, durante a vida fértil até dois abortos são considerados normais. “O aborto espontâneo costuma ser frequente. Mas, no aborto de repetição é preciso averiguar as possíveis causas e iniciar o tratamento imediatamente, que é feito durante a própria gestação”, explica a médica.
O problema surge, principalmente, em razão de doenças de causa autoimune, que acomete o sangue e produz anticorpos contra o próprio organismo, leva ao entupimento dos vasos sanguíneos, diversas manifestações como a trombose arterial ou venosa, e pode afetar quase todos os órgãos.
Durante a gestação, a mulher com aborto de repetição, precisará de um tratamento multidisciplinar. A imunidade da gestante deve ser diminuída para segurar o bebê, também serão indicados medicamentos controladores da imunidade que elevam a taxa de sucesso da gravidez. Além disto, será orientada a ter uma alimentação saudável, abolir o tabagismo e frequentar as consultas de pré-natal.
É importante lembrar que as mulheres com problemas de aborto de repetição devem ser acompanhadas de perto durante as semanas iniciais da gestação e se for preciso às consultas de pré-natal deverão ser mais constantes.
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