Sensação de “cabeça leve”, flutuação, desequilíbrio, impressão de queda e de cabeça rodando. Em torno de 20% a 30% da população já sofreram com alguns desses incômodos característicos da tontura, a terceira queixa mais frequente nos consultórios médicos, atrás apenas da dor e da fadiga.
Sintoma ligado a uma perturbação do equilíbrio corporal, a tontura comumente afeta as mulheres e os idosos, embora homens adultos, jovens e crianças também possam apresentar o problema. Estima-se que 20% dos pacientes que se consultam com otorrinolaringologistas e neurologistas, e 10% que procuram um clínico são levados à consulta pelo sintoma. Raramente levada a sério, a tontura pode ser uma sensação aguda momentânea, mas também indício de doenças crônicas que, em estágios avançados, comprometem a qualidade de vida do paciente, levando-o ao isolamento social por medo e insegurança de realizar atividades simples, como praticar esportes ou passear com a família.
Quando a tontura, porém, aparece sem causa aparente e acarreta uma sensação de cabeça pesada e de ambiente rodando, é preciso ficar atento e procurar um profissional especializado, como um otorrinolaringologista ou neurologista para traçar um diagnóstico assertivo. Esse tipo de tontura rotatória, chamada de vertigem, é o principal sintoma das labirintopatias, doenças que podem ser agudas ou crônicas e que têm como característica o distúrbio do labirinto (orelha interna) –– órgão que, junto com outros receptores sensoriais, processa informações da posição do corpo humano no espaço que ocupa, mantendo o equilíbrio corporal.
Geralmente, essa vertigem vem acompanhada de vômitos, náuseas e dificuldade em manter a fixação da imagem. Seu tratamento depende da forma e intensidade em que se manifesta, podendo ser um episódio agudo (isolado) ou se a manifestação é constante e prolongada, chamada de crônica. Alguns medicamentos prescritos para a solução do problema agem nos sintomas, melhorando sua intensidade, e podem ser ingeridos somente nos episódios ou podem ser ingeridos continuamente, dependendo do tipo e causa da vertigem. Em outros casos, é necessário que se trate a origem do problema, como traumas ou doenças neurológicas – por meio de remédios específicos para isso – ou até intervenção cirúrgica.
Por esse motivo, o diagnóstico preciso é fundamental para o sucesso do tratamento. Esse diagnóstico deve levar em consideração o histórico clínico do paciente e uma investigação criteriosa quanto à duração, à frequência, à intensidade e aos fatores desencadeantes da tontura. Somam-se a eles exames físicos observacionais - como a ocorrência de nistagmo (movimento oscilatório e/ou rotatório do globo ocular, um dos principais indícios de labirintopatia) e o teste de Romberg, que consiste em medir a estabilidade do corpo em pé com o olho fechado – além de exames de imagem, como é o caso da audiometria e da ressonância magnética.
É normal sentir tontura em ambientes com muita informação visual ou em brinquedos giratórios, comuns em parques de diversão. Esse tipo de tontura pontual costuma sofrer compensação natural ao ser tratada com medicamentos que aliviam esses sintomas.

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