Muito poucas patologias tem tanto impacto sobre a vida pessoal da mulher jovem como a obesidade. Além de causar inúmeras doenças que por si só já seriam danosas a sua saúde, a obesidade impede também, que as mesmas em idade reprodutiva, alcancem o grande sonho de ser mãe.
A obesidade é hoje a principal causa de infertilidade entre as mulheres e de impotência entre os homens. Para o Ministério da Saúde e para as fontes pagadoras particulares, a infertilidade decorrente da obesidade não é considerada uma doença associada.
Essa visão é no mínimo comprometida na sua essência primária, a obesidade causa inúmeras alterações hormonais, principalmente nos ovários, glândula responsável pela produção dos hormônios sexuais femininos, entre outras funções importantes para o bom funcionamento da saúde física e mental da mulher.
Se isso já não fosse suficiente, a obesidade pode levar ao aparecimento de doenças graves em quem consegue engravidar, podemos citar a diabetes gestacional, a doença hipertensiva da gravidez nas suas varias manifestações de eclampsia e pré-eclampsia, entre outras.A obesidade é hoje a principal causa de infertilidade entre as mulheres e de impotência entre os homens. Para o Ministério da Saúde e para as fontes pagadoras particulares, a infertilidade decorrente da obesidade não é considerada uma doença associada.
Essa visão é no mínimo comprometida na sua essência primária, a obesidade causa inúmeras alterações hormonais, principalmente nos ovários, glândula responsável pela produção dos hormônios sexuais femininos, entre outras funções importantes para o bom funcionamento da saúde física e mental da mulher.
Portanto, para ser mãe, muitas mulheres que sofrem de obesidade enfrentam um problema que parece muitas vezes sem solução. No entanto, me parece que a maior dor encontra-se no campo moral e afetivo.
A mulher que deseja a gravidez e não consegue sente-se muitas vezes cobrada na sua própria condição feminina, gerando uma consequente baixa auto estima que se refletirá no campo afetivo.
Muitas dessas heroínas incansáveis afluem diariamente ao consultório do cirurgião bariátrico na esperança única e derradeira de atingir o grande sonho cultivado, poder engravidar e gerar filhos saudáveis. Mas será que é seguro engravidar após uma cirurgia de obesidade?
Quais riscos de fato existem para quem operou e engravidou? Responder essas perguntas é muito fácil, costumo dizer a quem me pergunta sobre este tema. Nada talvez seja mais benéfico para uma gravidez saudável do que emagrecer. Ao contrario, permanecer obesa é um risco para mãe e para o feto.
Todos os trabalhos científicos apresentados até este momento, não foram poucos, mostram os benefícios no metabolismo feminino, fato esse que se reflete em uma gravidez saudável para a "mamãe e para o neném". Certamente é preciso que as futuras mães fiquem atentas para alguns cuidados e informações importantes. Independentemente do tipo de cirurgia realizada é fundamental ter uma alimentação equilibrada e fazer suplementação de vitaminas, ácido fólico e aminoácidos essenciais para ajudar o desenvolvimento do bebê.
O papel da nutricionista neste momento será de fundamental importância para que o peso da mãe fique estabilizado e a nutrição não fique comprometida. Nos casos de náuseas, enjoos e vômitos, todos comuns no inicio da gravidez, atenção especial deve ser dada à hidratação.
Nossa preocupação maior em relação a cirurgia e gravidez é em relação ao tempo de cirurgia, somente. O processo de emagrecimento é considerado como catabólico, ou seja, de quebra. Engravidar é um processo antagônico, anabólico, de construção. Solicitamos as nossas pacientes que evitem a gravidez nos primeiros meses ou até que atinjam o peso ideal, momento esse que acontece por volta dos 18 meses de cirurgia.
Uma vez grávida, é fundamental que a mulher inclua no pré-natal as visitas à equipe responsável pela cirurgia bariátrica. Se houver por parte da paciente os mínimos cuidados em relação a alimentação e reposições não há a menor possibilidade de que o feto seja comprometido. Não existe nenhuma relação cientificamente comprovada, até o momento, entre cirurgia Bariátrica e mal formação fetal.
Em qualquer gravidez é necessária uma suplementação específica de proteínas, ferro, cálcio, zinco e uma quantidade maior de vitaminas. Além disso, o cardápio da gestante deve ser rico em carnes e derivados de leite, sempre e de acordo com as recomendações da nutricionista.
Em qualquer gestação, além das suplementações citadas, a vitamina B12 e o ácido fólico, ambos importantes para a formação do sistema neurológico do bebê devem ser cuidadosamente dosados ao longo do processo de gestação, independente da técnica cirúrgica Bariátrica realizada.
Para ser absorvida pelo sistema digestivo, a vitamina B12 precisa de uma proteína chamada fator intrínseco. As pacientes bariátricas, neste único caso, devem fazer a reposição da B12 por via injetável a cada 30 dias durante a gestação, independente da técnica.
Um outro possível problema é o consumo de alimentos doces. O doce, além de engordar e não ser nutritivo pode causar uma hipoglicemia reacional a sua ingestão. Por mais paradoxal que seja o uso do açúcar pode causar a síndrome de dumping, que se traduz por uma hipoglicemia decorrente de uma secreção pancreática excessiva de insulina como reflexo da absorção rápida de glicose.
Os sintomas dessa síndrome são taquicardia, enjoo, sudorese, desmaio e sensação de falecimento. Esses sintomas tem uma duração de 10 a 20 minutos e são dependentes da quantidade ingerida. É importante ressaltar que a gravidez e o processo de parto devem ser gerenciados pelo obstetra da maneira mais normal possível.
Não há nenhuma contra indicação, indicação ou tratamento especial, além dos já apontados, para a gestante ou para o feto, além do que normalmente se procede na boa pratica medica.
A gestante operada é uma mulher absolutamente normal, muito mais saudável, portanto, mais capacitada ao processo de gestação. O mesmo se orienta em relação ao período de amamentação, totalmente normal. O leite materno é e sempre será o melhor alimento para o recém nato. leite materno da mulher operada é totalmente normal em composição e quantidade.
Confie na natureza!
Estimulamos sempre as nossas pacientes que queiram ter filhos após a cirurgia, desde que sigam nossas orientações de forma responsável. Experimentar o milagre da maternidade e vivenciar a alegria suprema do maior presente da vida é mais que um dever de oficio, é um direito que toda mulher deve ter.
Por Dr. Fabio Viegas.
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