segunda-feira, 18 de julho de 2016

Pelo de roedor em extrato de tomate da Heinz leva à retirada de lote do mercado

Extrato de tomate
Há três anos, a PROTESTE também havia constatado o problema em ketchup da marca. Agora a legislação permite níveis maiores de tolerância para matérias estranhas.


Mesmo com os critérios menos rígidos quanto a tolerância de fragmentos de insetos e pelos de roedor em produtos derivados de tomate, a Heinz voltou a ter esse problema em produtos da marca, como anteriormente foi detectado em ketchup pela PROTESTE Associação de Consumidores.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou no último dia 15 o recolhimento no mercado do lote L06, com validade até abril de 2017, do extrato de tomate Heinz, fabricado em Goiás.

As análises determinando o recolhimento foram baseadas na resolução RDC 14/2014, que define limites maiores de tolerância para matérias estranhas em alimentos e bebidas. Para produtos derivados de tomate, é tolerado 1 fragmento de pelos de roedor em 100g; canela em pó, 1 em 50g; chocolate e produtos achocolatados, 1 em 100g.

Fragmentos de insetos e pelos de roedores são problemas frequentes detectados em testes de alimentos realizados pela PROTESTE. Na legislação anterior a presença de pelos de roedores, independente da quantidade, tornava o produto impróprio para consumo humano.

Em 2013, análise da PROTESTE encontrou três pelos de roedor em uma amostra de 100 gramas do ketchup da Heinz, importado do México. O produto, um pote de 397 gramas do lote 2C30, foi adquirido em dezembro de 2012 em um mercado de São Bernardo do Campo (Grande São Paulo).

Em 2012, a Associação também detectou a presença de pelo de roedor em três amostras de uvas passas e castanha do Pará sem casca, em teste com produtos adquiridos em São Paulo. E em testes de ketchup e molho de tomate, realizados em anos anteriores, o problema também foi detectado.

A presença de pelos de roedores nos alimentos evidencia grave falha na implementação das boas práticas de fabricação. Os roedores (rato, ratazana e camundongo) são reconhecidamente vetores mecânicos – animais que veiculam o agente infeccioso desde o reservatório até o hospedeiro potencial, agindo como transportadores de tais agentes, carregando contaminantes para os alimentos. Eles são potenciais transmissores de doenças. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já catalogou cerca de 200 doenças transmissíveis por roedores.

Nenhum comentário:

Postar um comentário