Um procedimento de ponta utilizado por alguns ortopedistas brasileiros, batizado de Plasma Rico em Plaquetas, ou simplesmente PRP, tem feito sucesso entre os esportistas vítimas de lesões. Com ele, o tempo de recuperação cai significantemente, dependendo do caso, fazendo com que esses atletas possam voltar mais rápido a exercer suas atividades. Não se trata exatamente de uma novidade, mas é, com certeza,
inovador e com o decorrer dos estudos dos resultados, pode-se dizer que o PRP é um tratamento de vanguarda na medicina.
A prática nasceu em consultórios dentários de Barcelona (Espanha). Mas, graças ao sucesso na ação de regeneração ósseo pós-cirurgia, foi rapidamente apropriada por especialistas em ortopedia do mundo inteiro. O tratamento, inicialmente chamado de fator de crescimento, consiste em injeções de um concentrado de plaquetas sobre lesões para promover a recuperação do tecido. Para isso, são colhidos de 30 a 50 mililitros de sangue do paciente, que seguem para uma centrífuga para a separação dos glóbulos vermelhos. A amostra final é aplicada no local da lesão, em um processo que demora apenas cerca de 30 minutos.
Além de ser uma substância com alto poder analgésico e regenerativo para músculos, ossos, ligamentos, tendões e cartilagens, a técnica é muito menos traumática que uma cirurgia convencional. Os especialistas ainda frisam que as vantagens não param por aí. Por se tratar de sangue do próprio paciente, o PRP não apresenta risco de rejeições ou efeitos colaterais, não podendo tão somente ser utilizado em lesões corporais e infecções.
De acordo com o ortopedista Carlos Henrique Bittencourt, uma das maiores autoridades brasileiras no assunto e que além de atores globais atende muitos bailarinos e atletas, a regeneração ocorre devido à liberação de proteínas encontradas nas plaquetas, que são capazes de acelerar o processo de regeneração e diminuir o
processo inflamatório. "Os resultados até agora são bem satisfatórios, apesar de ainda ser necessário muito estudo. Mas, o que vale lembrar é que o PRP não é algo mágico, que cura tudo", alerta. Segundo Bittencourt, só nos últimos dois anos, mais de 500 pacientes já passaram pela sua clínica para se submeterem a aplicações de PR.
Beneficiados
O Plasma Rico em Plaquetas pode ser usado por qualquer pessoa lesionada. No entanto, é entre os atletas que a técnica faz mais sucesso. Em muitos casos, ela substitui com vantagens a cirurgia convencional, impedindo que esses profissionais fiquem por muito tempo longe dos gramados, das quadras ou das pistas. Um dos que se beneficiou do método foi Elias, do Corinthians, que viu encurtado o tempo de recuperação em lesões musculares em mais de 80%.
As plaquetas são injetadas no local da lesão, acelerando o processo de recuperação. Casos como da ginasta Gabriela Henriques, do Flamengo, do jogador de Futebol do Juventude do Rio Grande do Sul, Douglas Silva Bacilar, do lutador de Taekwondo Cláudio Ricardi, do jogador de basquete Alcides Benedito dos Santos, do Paulistano de São Paulo, do judoca da seleção brasileira Tiago Gimenez, entre outros - todos pacientes de Bittencourt -, impressionam.
A jovem Gabriela, de apenas 17 anos, é um dos maiores expoentes brasileiros da ginástica olímpica, teve uma ruptura do ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo há cerca de um ano. Em maio do ano passado resolveu procurar a clínica de Carlos Henrique Bittencourt, no Rio de janeiro, fazendo artroscopia com retencionamento do LCA com radiofreqüência e PRP. A atleta conta que se sentiu imediatamente melhor, apesar de algumas dores a incomodarem devido ao treinamento intenso que se iniciou logo após o procedimento. Esta semana parou com a fisioterapia e as dores são cada vez mais raras.
Douglas Bacilar, craque do Juventude, teve uma lesão na musculatura posterior da perna direita e resolveu em março aplicar o plasma rico em plaquetas para voltar a treinar o mais rápido possível. “O resultado foi maravilhoso. Dr. Carlos Henrique me disse que eu ficaria habilitado a jogar em aproximadamente um mês e foi exatamente o que aconteceu. Hoje estou 100% curado, treino pesado, bato no local lesionado e não sinto absolutamente nada”, conta o atleta.
Alcides, da equipe de basquete, sofreu uma lesão no calcanhar esquerdo (tendinite de inserção do Aquiles) em fevereiro de 2010. Apesar de ter somente um mês que submeteu-se ao tratamento e continuar sentindo algumas dores, melhorou 50% neste pouquíssimo tempo. Já agendou com Bittencourt a segunda aplicação, a qual espera conseguir o que todos almejam: 100% de recuperação em dois meses de tratamento. “A primeira sessão de PRP melhorou muito meu calcanhar, entretanto ainda não fui liberado a voltar os treinos, preciso de uma segunda, pois a área lesionada era grande. Aí sim, tenho certeza de que estarei curado. O PRP é a grande revolução da ortopedia” diz.
Os lutadores Claudio e Gimenez tinham lesões do LCA, foram operados há alguns anos e fizeram nova ruptura que foi tratada com a mesma técnica utilizada pela ginasta Gabriela. Hoje, após um ano, voltaram a lutar normalmente.
O volante alvinegro, peça-chave no esquema do técnico Mano Menezes, sofreu uma lesão no músculo posterior da coxa em uma partida contra o São Caetano, pelo Campeonato Paulista, em março de 2009. Foi tratado pelo Dr. Joaquim Grava, médico do Corinthians e também um dos entusiastas brasileiros da técnica do PRP. Estimava-se que, pelo tratamento convencional, ele demoraria dois meses para se recuperar. Mas, com as seções de PRP, voltou ao trabalho em menos de dez dias. Situação parecida viveu o companheiro de clube Ronaldo. O "Fenômeno" sofreu uma lesão de grau dois no músculo femoral da coxa direita durante a penúltima rodada do Campeonato Brasileiro do ano passado, em partida contra o Flamengo. Após o tratamento, ele saiu de férias e se apresentou já recuperado para o início da temporada.
Onde encontrar?
Dr. Carlos Bittencourt
Av. Ataulfo de Paiva, 341/ Grupo 510 – Leblon
Rio de Janeiro - RJ
Telefone: (21) 25115027 / 22440032
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