domingo, 21 de novembro de 2010

Plásticas para as orelhas: intervenções cirúrgicas corrigem diferentes deformidades

Veja o que o cirurgião plástico Ruben Penteado, diretor do Centro de Medicina Integrada, em São Paulo, diz a respeito das intervenções cirúrgicas destinadas a fazer a correção de deformidades e de defeitos estéticos das orelhas

Foto de uma orelha humana. - Wikipédia
 • Buracos e rasgos nas orelhas
O uso de brincos pesados, por muito tempo, pode provocar rasgos e fissuras nos lóbulos das orelhas. “Tanto orelhas completamente rasgadas, como as que estão apenas alargadas, podem ser corrigidas cirurgicamente através de pequena ressecção das bordas e suturas em linha quebrada para evitar retrações após a cicatrização. Após a correção cirúrgica, brincos pesados devem ser evitados para não haver recidiva da lesão. Se a paciente desejar, poderá furar novamente os lóbulos das orelhas, mas o furo não deverá ser feito no mesmo lugar”, aconselha o cirurgião plástico.

• Com a idade, os lóbulos das orelhas ficam grandes, murchos e pendentes
“É possível fazer diversos tipos de ressecção, obedecendo a critérios particulares da técnica cirúrgica e de acordo com o caso, dando a forma desejada e melhor consistência ao lóbulo da orelha. Em casos menos intensos, pode-se fazer aplicações de soluções de preenchimento, como o ácido hialurônico, que ajudam a melhorar, mesmo que temporariamente, a espessura de lóbulos auriculares muitos finos”, observa Ruben Penteado, que é membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

• Perda da parte superior de orelhas em um acidente de carro Para corrigir perdas da parte superior da orelha que envolveram todo o terço superior é necessário reconstruir o arcabouço cartilaginoso com cartilagem obtida da costela do próprio paciente. “Com ela, modelamos cirurgicamente a parte que falta e inserimos embaixo da pele, como um enxerto. Meses depois, com a cartilagem já absorvida pelo organismo, completamos a reconstrução com enxerto de pele na sua parte posterior. Geralmente, é possível alcançar bons resultados com este procedimento, a orelha contra-lateral ficará muito semelhante à outra, porém nunca será igual”, explica o médico.

• Mordida de cão que arrancou a metade inferior da orelha
“Se o paciente perdeu o lóbulo e a parte inferior da hélix da orelha - parte que contorna por fora a orelha - , mas conseguiu preservar sua estrutura cartilaginosa é possível planejar a reconstrução da orelha através de retalhos locais, aproveitando os tecidos vizinhos da região e complementando com enxerto de pele e de cartilagem, se houver necessidade”, afirma Penteado.

• Reconstrução de orelha perdida devido à queimadura e condrite
Quando a perda da orelha foi ocasionada por queimadura e infecção associada, a pele remanescente apresenta-se pobre em vascularização e é de pouca viabilidade, não sendo capaz de sustentar uma prótese de silicone. “A reconstrução deve ser feita pelos métodos cirúrgicos estabelecidos, que utilizam tecidos do próprio indivíduo, como a cartilagem costal para fazer a estrutura, e, em seguida, seguir a rotina de dois ou três tempos cirúrgicos para completar o procedimento”, diz o diretor do Centro de Medicina Integrada.

• Orelhas anatomicamente normais, mais uma é maior que a outra
“Esta é uma questão muito particular. Entretanto, há meios de se reduzir o tamanho de uma orelha ou de alguma de suas proeminências, se assim o paciente desejar. Às vezes, o maior desenvolvimento de uma estrutura pode ser um fator constitucional hereditário. O ideal é que o paciente reflita bem, pois as técnicas cirúrgicas estão sempre avançando, mas sempre é bom lembrar que haverá uma cicatriz”, conta o cirurgião plástico.

• Prática de jiu-jitsu e deformação das orelhas
A causa dessa deformidade é a sucessão de traumas ocorridos durante as lutas, que ocasiona hematomas, inflamação e consequentemente condrite. Quando há reabsorção desse processo, ocorre a deformação da cartilagem, que pode ser mais grave, quando se associa à infecção. “De acordo com a extensão da deformidade pode-se fazer desde pequenos reparos, modelando a cartilagem engrossada, até a reconstrução parcial ou total, nos casos mais acentuados. Após a reconstrução, se o paciente voltar a praticar a luta, deve se proteger de novos traumas nesse local e terá que usar um curativo modelador após a cirurgia, por um período variável de um mês”, explica Ruben Penteado.

• Microtia
A microtia é uma anomalia congênita que provoca uma diminuição no tamanho da orelha. “Como a orelha é pequena e malformada, apresenta-se diminuída na sua altura o que a faz parecer mais larga. Em alguns casos, a orelha também pode apresentar-se bem pequena e limitar-se a apresentar apenas algumas estruturas. A correção desta deformidade é complexa e parte geralmente para a reconstrução total do pavilhão auricular, através das técnicas já descritas, como o uso de cartilagem costal. É possível aproveitar remanescentes da estrutura já existente para obtenção de um melhor resultado”, explica o cirurgião.

• Orelha comprida
É outro tipo de deformidade congênita da orelha, que sofre uma dobra sobre si mesma, tomando a forma parecida à de uma alça de xícara. Por isso também pode ser chamada de “cup ear” ou “lop ear”. “Esta deformidade pode ser corrigida por meio de uma cirurgia plástica, com desdobramento da cartilagem mais o emprego de retalhos de pele. Muitas vezes é necessária a complementação com enxerto de cartilagem obtida da outra orelha”, explica o cirurgião plástico Ruben Penteado, diretor do Centro de Medicina Integrada.

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