domingo, 21 de novembro de 2010

Quando a culpa não é da toxina botulínica

É muito comum abrirmos sites ( http://www.awfulplasticsurgery.com/ ), jornais e revistas que trazem matérias e imagens comparando a aparência de uma celebridade antes, e, após uma intervenção estética. A crítica mais comum é que a expressão artificial é fruto do uso excessivo de toxina botulínica. Será?

Dr. Ruben Penteado
A má fama da toxina botulínica tipo A vem de suas primeiras aplicações estéticas, em meados dos anos 90, quando as doses injetadas deixavam a testa lisa, dando, invariavelmente, a todas as pessoas um efeito de rosto congelado. “O toxina botulínica foi a primeira arma eficaz no combate às rugas. Sua aplicação ajuda a retardar a transformação das linhas de expressão, que são dinâmicas, em marcas fixas. Com o passar do tempo, as técnicas foram aperfeiçoadas e os resultados estão melhores, mais naturais e harmônicos. Hoje, aplica-se cada vez menos quantidade de medicação para valorizarmos os movimentos naturais da face”, explica o cirurgião plástico, Ruben Penteado, diretor do Centro de Medicina Integrada.

Só o uso do toxina botulínica não causa deformações no rosto, como exibem algumas celebridades. Há uma tendência, atualmente, em se colocar volume no rosto, como no queixo ou nas bochechas, o que deveria ser feito, apenas se fosse necessário. “É comum que as pessoas confundam a aplicação da toxina botulínica com o preenchimento facial, mas tratam-se de duas técnicas distintas. A boca e maçãs do rosto salientes das celebridades podem ser frutos de técnicas de preenchimento", explica o médico.

No início, a toxina botulínica era usada em rugas de expressão ao redor dos olhos e também na testa. Quando a pessoa ri ou chora, os músculos da face se contraem e, com a frequência, aparecem linhas de expressão profundas, tais como as da testa, os pés-de-galinha e os vincos entre as sobrancelhas. "Com o tempo, a toxina botulínica foi sendo aplicada em novos pontos e, hoje, prevalece o conceito da modelagem global do rosto, incluindo colo e pescoço”, alerta Ruben Penteado, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

No início do emprego do medicamento, seu uso limitava-se a áreas isoladas. Hoje, prevalece o conceito de rejuvenescer o rosto como um todo. “Dentre as novas possibilidades de uso, está a aplicação da toxina botulínica no platisma, músculo da região do pescoço, diminuindo a papada em pessoas que não apresentam quadros avançados de flacidez. A técnica - conhecida como Nefertiti Lift – não substitui a plástica, mas relaxa os chamados músculos depressores, que fazem a pele ‘cair’, dando uma aparência triste e cansada ao rosto”, afirma o diretor do Centro de Medicina Integrada.
Apesar do registro da aplicação em adolescentes, principalmente fora do Brasil, não é recomendada a aplicação do medicamento antes dos 25 anos. "Não existe contraindicação, mas não há necessidade. Em alguns casos, é possível aplicar a toxina botulínica como forma de prevenir marcas futuras, analisando fatores genéticos, como pés de galinha muito evidentes e precoces em pais ou outros membros da família”, diz Ruben Penteado.

O médico destaca que fatores genéticos, exposição ao sol e outros hábitos, como o tabagismo, colaboram para o envelhecimento mais precoce da pele e podem indicar a aplicação da toxina botulínica mais cedo. “Outros hábitos, tais como contrair os olhos devido à claridade ou passar muitas horas na frente do computador podem causar o aparecimento de marcas de expressão que podem ser suavizadas ou eliminadas com o medicamento”, diz Penteado.

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