segunda-feira, 14 de março de 2011

Síndrome do lactente sibilante: o que é?

Muitos jamais ouviram falar na síndrome do lactente sibilante, porém, é muito importante que pais e mães de primeira viagem fiquem bastante atentos a tal patologia, que acomete bebês e crianças e, apesar de bastante comum, pode esconder algo mais sério.
Segundo o dr. Marcus Herbert Jones, presidente da Comissão de Pneumopediatria da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), uma das principais características da doença é a ocorrência de chiado no peito, a sibilância, sintoma que a maioria dos bebês apresenta.

Metade dos bebês brasileiros apresenta
chiado no peito, tosse e falta de ar
A sibilância ocorre devido à infecção respiratória por vírus, como em resfriados e gripes. Alguns bebês são mais vulneráveis às viroses do que outros e podem apresentar chiado cada vez que contraem um resfriado.

“Cerca de 20% dos bebês apresentam três ou mais quadros de chiado ao ano. Bebês prematuros e portadores de Síndrome de Down têm uma incidência muito maior de sibilância, e também com maior gravidade. Esses episódios vão sendo atenuados pelo crescimento e 70% das crianças de 4 anos de idade já não apresentam mais sibilância durante as viroses. Isto porque, conforme a criança cresce, seu pulmão fica mais desenvolvido e menos vulnerável”, explica dr. Marcus.

A fração restante de bebês portadores da síndrome continuará com recorrentes chiados, por tempo indeterminado. Alguns deixarão de sofrer com a patologia em mais alguns anos, outros permanecerão com os sintomas, sendo mais tarde chamados de asmáticos.
“Não se sabe o quão persistente será o chiado, que também pode ser acompanhado de tosse e falta de ar, mas alguns fatores podem sugerir a longa permanência dele, como por exemplo, se o histórico familiar apresenta casos de asma ou alergia de pele”, informa o especialista.

Um grande problema associado à síndrome do lactente sibilante é que junto a ela, outras patologias também podem existir, porém de forma camuflada. O médico deve investigar muito bem o que acontece com a criança e identificar se tal sibilância terá um bom prognóstico ou se necessita de um diagnóstico mais preciso, pois algumas doenças mais sérias, como a fibrose cística, também podem apresentar um chiado periódico.

Outro fator crítico que promove a sibilância no bebê é sua exposição ao fumo, tanto dentro da barriga da mãe durante a gravidez quanto após o nascimento. As substâncias nocivas provenientes do tabaco alteram a estrutura dos pulmões, deixando-os mais frágeis.

“É importante ressaltar que a maioria dos casos tem um bom prognóstico e melhora sozinha, enquanto uma minoria apresenta doenças combinadas e precisam de uma investigação mais intensa”, reforça.

Ele afirma que ainda há várias opções de tratamento para as crises, que incluem medicamentos inalatórios e orais. Embora não haja uma “cura”, existem tratamentos preventivos que minimizam os sintomas de chiado e falta de ar e que devem ser considerados nos bebês com episódios frequentes ou graves. Nestes bebês, além do tratamento preventivo, a presença de outras doenças deve ser investigada por um profissional experiente.

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