segunda-feira, 25 de março de 2013

Adolescentes: meninas se incomodam com seios assimétricos; meninos, com excesso de peito. Mas tudo tem solução

Imagem:Wikipédia
Ser adolescente é bom, mas nem sempre é fácil. Meninos e meninas enxergam problemas até onde não existe. Mas, e quando o problema existe, é visível e incomoda? Entre os meninos, a ginecomastia pode resultar em déficit de autoestima e em retração social. Afinal, o garoto que exibe ‘peitos femininos’ tem vergonha até mesmo de sair sem casaco.

Entre 30% e 60% dos casos de ginecomastia acometem adolescentes. Na maioria dos casos (80%), há uma regressão espontânea até os 18 anos. Caso isso não ocorra, pode-se considerar a realização de uma cirurgia plástica. De acordo com a American Society of Plastic Surgeons, houve um aumento de 5% na realização desse tipo de cirurgia no ano passado. Basicamente, há três tipos de ginecomastia: gordurosa (quando há acúmulo de gordura na região peitoral, normalmente associada à obesidade); glandular (quando há aumento da glândula mamária masculina) e mista.
“Quando gordurosa, a ginecomastia pode ser tratada com uma lipoaspiração. Na glandular, fazemos uma pequena incisão em forma de meia-lua em torno da aréola e retiramos o tecido excedente. Já em casos mistos, que são os mais comuns, associamos os dois procedimentos para alcançar melhores resultados”, diz o cirurgião plástico Vitorio Maddarena Jr., diretor da Clínica Maddarena, em São Paulo.

O cirurgião afirma que todos os procedimentos podem ser feitos com anestesia geral ou, em alguns casos, com anestesia local e sedação. O pós-operatório não costuma ser muito desconfortável. O único cuidado a ser observado nos 15 dias depois da cirurgia é o uso de malha elástica e sessões de drenagem linfática, mas os resultados são bastante satisfatórios. Maddarena diz ainda que fatores hormonais também podem causar ginecomastia, assim como o uso de anabolizantes – que pode contribuir para o desenvolvimento da deformidade.

Entre as meninas, ter uma das mamas um pouco diferente da outra é comum. Mas, dependendo da assimetria, pode gerar desde constrangimentos até problemas emocionais durante a iniciação sexual. O pior que pai e mãe podem fazer é não levar o descontentamento da filha a sério. “É importante aguardar o desenvolvimento completo da região, que se dá somente no início da fase adulta. Até lá, a compleição física muda bastante e a prática de exercícios pode contribuir para a normalização do problema”, afirma Maddarena.

O especialista diz que, para a correção cirúrgica, várias opções podem ser consideradas, como a diminuição da mama maior ou ainda o uso de implante mamário (silicone). “Uma técnica que vem ganhando adeptos é a transferência de gordura da própria paciente. Nesse caso, é feita a coleta de gordura através da lipoaspiração. Na sequência, essa gordura é preparada de modo a aumentar a concentração de pré-adipócitos – as chamadas células-tronco do adulto – cuja viabilidade é muito maior, além de melhorar a qualidade e a vitalidade dos tecidos para onde foram transferidos”.

É importante que essa paciente receba acompanhamento regular também no pós-operatório. Casos em que a assimetria se deve a deformidades congênitas, síndromes, traumas, lesões, queimaduras, ou cirurgias ocorridas durante a infância, devem ser considerados separadamente.

Fontes:
American Society of Plastic Surgeons, http://www.plasticsurgery.org/news-and-resources/september-2012/gynecomastia-abnormally-enlarged-male-breasts-becoming-less-of-a-taboo-topic.html

Dr. Vitorio Maddarena Jr., cirurgião-plástico (CRM 64301), diretor da Clínica Maddarena, em São Paulo – www.clinicamaddarena.com.br

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