sábado, 20 de novembro de 2010

Obesidade infantil - Por * Carla Cláudia Pavan Senn

A obesidade não é apenas um problema dos adultos, ela atinge cada vez mais as crianças. No Brasil, foi identificado pela Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008/2009 realizada pelo IBGE, excesso de peso em 34,8% dos meninos de cinco aos nove anos de idade e obesidade em 16,6 % deles. Nas meninas os dados são semelhantes, mas menores: 32% têm excesso de peso e 11,8% apresenta obesidade. A pesquisa revela um aumento do número de crianças obesas e uma epidemia de obesidade infantil.

A preocupação estética pode ser um dos fatores que tornam a obesidade menos comum entre as garotas. Entretanto, não é a apenas o problema estético que deve incomodar. Deve-se levar em consideração que o excesso de peso pode desenvolver vários problemas de saúde, entre eles, diabetes, problemas cardíacos e a má formação do esqueleto.
Uma maneira saudável de perder peso é brincar. As brincadeiras mais indicadas seriam os jogos ao ar livre, futebol, corrida e andar de bicicleta. Assim as crianças não apenas se divertem, mas também aprendem, criam, recriam e relacionam-se com o mundo. Brincando também conseguem desenvolvem habilidades cognitivas, linguísticas, espacial e visual, corporal e social – como a capacidade de esperar (tolerância), de estabelecer acordos e de criar vínculos afetivos.

Compreendidas como atividades físicas, as brincadeiras em ambiente aberto atuam como uma importante medida preventiva e mesmo terapêutica contra a obesidade infantojuvenil e devem, por¬tanto, ser excitadas tanto em casa como na escola.

Então, quem deve estimular as crianças a brincar? Todos! Os professores, pediatras, familiares, amigos, mas principalmente os pais, afinal, além da função educativa, o ato de brincar pode ser ótimo exercício para o corpo e a mente. Todo pai quer ter um filho saudável, inteligente e feliz.
O resgate das brincadeiras é o primeiro passo para o tratamento da obesidade. Nesse período de tratamento três aspectos são importantes: a orientação alimentar, a estimulação de atividades físicas e a terapia dos aspectos psicológicos da obesidade. As crianças e os pais devem conhecer os conceitos básicos de uma alimentação adequada, ou seja, a distribuição dos nutrientes, leitura de rótulos, importância das fibras alimentares, diminuição do consumo de gorduras saturadas e outros.

* Carla Cláudia Pavan Senn é endocrinologista pediátrica do Hospital Nossa Senhora das Graças.

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