domingo, 13 de março de 2011

Câncer de pâncreas de paciente é eliminado graças a um camundongo

Paciente com câncer maligno de pâncreas é salvo graças a uma técnica que envolveu o transplante do tumor para camundongos. O que parece curioso começou em 2006, quando o norte-americano Mark Gregoire recebeu o prognóstico de uma sobrevida de poucas semanas. Três de seus sete irmãos morreram em consequência do mesmo tipo de câncer de pâncreas, que mata 95% dos pacientes.

Mas Gregoire teve um resultado mais feliz depois de quatro anos. Ele não apresenta mais sinais do tumor em seu corpo, apesar de os médicos ainda advertirem que é cedo para dizer que ele foi totalmente curado.
A quimioterapia, junto com o novo
tratamento, ajudou o paciente
a ser salvo do câncer

Em Madri, Espanha, especialistas desenvolveram células do tumor que acometia Gregoire em camundongos de laboratório, para que pudessem testar simultaneamente a reação do tumor a dezenas de possibilidades de remédios sem expor o paciente aos possíveis efeitos colaterais.

Pelo resultado foi descoberto que o paciente podia ser tratado com mitomicina-C, uma droga que inibe a divisão das células tumorais. O paciente vinha recebendo doses de quimioterapia padrão para câncer de pâncreas, sem resultados, mas se recuperou rapidamente com o novo tratamento.

“Todos os tumores têm um ponto vulnerável, mas a dificuldade é identificar isso, por conta da diversidade genômica dos tumores”, explicou à BBC Brasil o coordenador do estudo, Manuel Hidalgo. Os especialistas explicam ainda que as variações possíveis de tratamentos para cada pessoa são muitas e reforçam: “é necessário personalizar o tratamento”.

Ronaldo Costa, farmacêutico tutor do Portal Educação, explica que neste caso existem duas situações excepcionais. “A primeira foi transferir o problema ao camundongo e neles testar as drogas possíveis, para depois tratar o paciente, como um teste pré-clínico de drogas. A segunda foi sequenciar as células cancerígenas e localizar a mutação que permite o uso de determinada droga”, coloca Costa.

“Desta forma, o tratamento do câncer se torna muito mais específico, não mais conforme o tipo de tumor, mas conforme o genótipo”, encerra o tutor.

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