Não raro é observarmos certas mães, no intuito de cuidarem bem dos seus filhos, desde a mais tenra idade, oferecer-lhes constantemente, algum tipo de comida. Quanto mais, melhor! "Afinal, uma criança, para crescer saudável, precisa se alimentar", asseguram absolutamente convictas.
Basta que o bebê ameace chorar e, lá vão elas, solícitas, "tapar" suas boquinhas com uma boa mamadeira, um prato de mingau ou uma fruta amassada e engrossada com algum tipo de farinha.
Não contestando a necessidade de uma criança se alimentar bem, nos devidos horários. O problema é que muitas mães "superalimentarem" seus bebês. No nosso dia a dia é possível observar, alguma vez, um desses bebês cuspindo o leite, rejeitando a papinha ou, seja lá o que for que a mamãe esteja querendo "empurrar" pelas suas boquinhas abaixo... Ele não está agüentando mais tanta comilança, mas, "é preciso raspar o prato" – foi assim que sua mãe lhe ensinou, também. Afinal, criança tem crescer forte e sadia.
E assim essa criança vai crescendo, com todo o mundo dizendo que ela parece aquele lindo bebê de propaganda. Realmente, uma "fofura", literalmente falando. E a mamãe, tocada em suas sensações mais íntimas, continua alimentando "bem", não mais, agora, seu bebezinho, mas, o jovem em que ele se transformou, depois o adolescente, e por aí vai.
O longínquo neném é agora, uma pessoa adulta e, aquele rótulo de "bebê Johnson" já não lhe assenta mais tão bem. Ao contrário, virou uma fonte constante de preocupações, que não param de se alastrar.
Esse adulto, jovem ainda, muitas vezes, constrangido entre tantas comparações que diariamente escuta dos colegas e amigos, começa então, a se "esconder". Fica introvertido, tem vergonha de namorar, detesta fazer esportes, não vai à praia, ou, então, finge ser a pessoa mais alegre e descontraída da turma, fazendo o tipo "gordinho feliz". A realidade, porém, é dramática. Cada vez ele vai-se cobrindo mais e mais, em protetoras camadas de gordura, tentando não enxergar sua própria vergonha e incapacidade de fazer algo por si próprio.
Por outro lado, sempre que nossa sociedade se depara com uma pessoa muito magra, imediatamente surgem os clássicos bordões "nossa, parece tão frágil" ou, "parece até, que seus ossos vão quebrar". Mais recentemente, já escutei absurdos do tipo: "Será que está com AIDS?" ou, "talvez esteja com câncer e não queira comentar com ninguém"...
Estas são as contradições. Uma pessoa acima do peso é vista por todos, com uma aparência de "forte", ao contrário de alguém magro, que sempre é olhado como "fraco" e adoentado, o que igualmente, é motivo de enormes e gravíssimos desajustes de comportamento.
Se na anorexia, o "desejo" é continuar permanecendo, para o resto da vida, frágil e infantil, na obesidade se anseia exatamente, o contrário. Em ambos os casos, sem dúvida, uma conseqüente percepção de fragilidade que a infância, muitas vezes, nos expôs.
A Fisiologia dos Distúrbios Alimentares
Sem querer abordar, os aspetos psicológicos envolvidos no histórico dos diversos tipos de distúrbios alimentares, é importante ressaltar, no entanto, que todos eles, juntos, são apontados como responsáveis pelos mais altos índices de mortalidade - entre os transtornos mentais classificados atualmente -, levando à morte cerca de 10% dos envolvidos.
Uma outra porcentagem expressiva, nada menos do que 90%, daqueles que padecem de qualquer dos distúrbios – anorexia, bulimia, compulsividade ou, daqueles que, às escondidas, comem na calada da noite -, são do sexo feminino, entre adolescentes e jovens. Uma das fortes razões para as mulheres desse perfil serem mais vulneráveis a esses distúrbios são os regimes rigorosos a que submetem, para alcançarem as medidas e o peso considerados ideais.
Para que possamos conhecer um pouco melhor os mecanismos que se escondem, insidiosos, por trás destes graves distúrbios, vamos discorrer, ainda que de forma breve, sobre cada um deles:
Anorexia e Bulimia Nervosa - Este grupo de pessoas, além do desejo obsessivo de emagrecer, desenvolve uma rejeição irreprimível à comida, podendo este desajuste ser associado a uma situação oposta, ou seja, uma compulsão extrema por comida, seguida de sentimento de culpa, fazendo-as, logo em seguida, expelir tudo aquilo que comeram, provocando vômito ou, fazendo uso de substâncias laxantes.
Comedores Compulsivos – Bastante parecido com o estado bulímico, estas pessoas, no entanto - além de, também, comerem exagerada e compulsivamente -, não recorrem à a eliminação dos alimentos ingeridos.
Comedores Noturnos – Conhecido como Binge Eating, termo que, em inglês, significa "orgia alimentar", pois, é isso, exatamente, o que este grupo de pessoas faz desenfreadamente, de forma compulsiva e descomunal. O surto, no entanto, ocorre geralmente na calada da noite, sem testemunhas oculares e, assim, a pessoa se sente mais à vontade, sempre seguido por fortes sentimentos de culpa e incapacidade.
Como se pode constatar é necessária imensa coragem para reverter qualquer uma destas situações. Tentar cortar o "mal pela raiz" logo ao início do processo, após detectá-lo, assumi-lo e, com muita coragem e determinação procurar corrigi-lo de imediato, isto seria o ideal. É claro que não é fácil, já que fatores psicológicos se impõem, provocando a terrível obsessão por uma única e simples razão: a tão sonhada perda de peso!
O maior problema é que a pessoa, normalmente, não tem capacidade de percepção da existência de tais desequilíbrios, a não ser quando a situação já está por demais adiantada. A solução encontrada pelos familiares destas - infelizes- pessoas é, normalmente, um caminho quase sempre igual, na tentativa de se reverter cada uma das situações apresentadas: psiquiatra, terapia e acompanhamento por nutricionista. Concordo com esta postura, principalmente aposto numa boa abordagem terapêutica, pois, dessa forma, a solução para trabalhar as causas de cada tipo de problema é amplamente utilizada, para que os resultados possam advir da forma mais rápida possível, além de duradoura. Porém, na minha visão, há muito mais a fazer, trazendo complementaridade a essa abordagem tradicional de tratamento. Até por que temos que nos lembrar que, para muitas dessas pessoas, o simples ato de comer é algo absolutamente impensável, enquanto que, para outras, a compulsão por comida, quase sempre errada, as torna excessivamente carentes de nutrientes e, a determinada altura, os macronutrientes de um cardápio, mesmo que muito bem elaborado, são insuficientes para fazer frente a um estrago muito maior, já feito em suas vidas.
A Dieta do Tipo Sanguineo e a prática adequada dos princípios ortomoleculares constituem-se aqui, sem dúvida alguma, no "fecho de ouro" em qualquer dos tipos de transtornos, já que são capazes de colaborar, de forma extraordinária, no reequilíbrio das funções celulares e enzimáticas do organismo, auxiliando na regulagem do funcionamento a nível celular. Só com a alimentação adequada à individualidade biológica, é possível, de forma mais rápida e eficiente, a renovação e circulação do liquido cefalorraquidiano, gerando a produção de endorfinas, melhorando o sistema endócrino e otimizando todo o sistema nervoso, tão em evidência neste tipo de problemas.
FONTE: Assessora de Comunicação – Maria Emília Salles
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