segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Inibidores de apetite : Quando o remédio adoece

Uso de substâncias inibidoras de apetite no Brasil aumentou em 500% nos últimos sete anos.

A escolha errada pelo método de emagrecimento pode se transformar em um terrível e doloroso problema, especialmente quando essa vontade é meramente estética, onde a prioridade é resultados rápidos na aparência e nunca mudança de hábitos. O foco passa, então a serem, os tão famosos inibidores de apetite.

Estatística divulgada pela Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (responsável pela fiscalização e aplicação das convenções da ONU), mostra, em seu relatório anual, que o Brasil foi citado negativamente, devido ao aumento do uso de substâncias inibidoras de apetite, em nada menos do que 500%, nos últimos sete anos. Já é fato que na América, o alto consumo destas substâncias, Fentermina, Fenpropex, Anfepramona e Fendimetracina, é três vezes maior do que no resto do mundo.

De acordo a especialista em Dieta do Tipo Sanguineo e Terapeuta Ortomolecular, Dra Emília Pinheiro, mesmo os inibidores considerados como mais inofensivos possuem, em sua composição, drogas da classe das anfetaminas, responsáveis por tirar a sensação de fome, que agem no sistema nervoso, interagindo com o comportamento, humor e cognição, podendo gerar ansiedade generalizada, fator predisponente para o desencadear da síndrome do pânico e seus sintomas aniquiladores, como sensação de morte iminente, sensação de desmaio, falta de ar, taquicardia, vertigens, ondas de frio ou calor, e quadros psicóticos, como alucinações, delírios, compulsões, paranóias, causando ainda, dependência química com suas terríveis e desastrosas conseqüências. “Para se ter idéia de sua periculosidade, basta saber que essas substâncias anoréxicas, como também são chamadas, fazem parte das estatísticas dos órgãos internacionais de controle ao narcotráfico. E, tal como uma droga ilícita, pode levar seu usuário à morte", relata.

Segundo especialistas, entre os inibidores de apetite, prevalecem os decorrentes do estímulo cerebral, nervosismo e insônia. Já entre os estimulantes da sensação de saciedade, são mais comum à boca seca, a prisão de ventre e a dificuldade de conciliar o sono. Os inibidores de absorção das gorduras, se não associados a uma perfeita nutrição, podem ocasionar crises de diarréia. Todos esses efeitos resultam em estados variáveis, de pessoa para pessoa, como irritabilidade, depressão, desânimo, oscilações de humor, euforia, agressividade, perda de memória, dores de cabeça, confusão mental e até alucinações.

A terapeuta ortomolecular explica que, apesar de ser frontalmente contra o uso de remédios químicos, existem situações que, julga, justificar seu uso. “Nestes casos, os benefícios do uso dos remédios usados na regulagem do apetite se justificam como excepcionalidade, em que a pessoa está de 30 a 50 quilos acima do peso que seria considerado normal, tendo em vista a série de riscos a que se torna propensa, entre eles a hipertensão severa, colesterol alto, dificuldades para andar ou propensão a diabetes”, revela.

Não é fácil mudar os paradigmas já enraizados, na cultura que visa o emagrecimento. A eterna busca por um modelo estético ideal, a tradição de se recorrer às milagrosas e fáceis “fórmulas químicas” que, para tudo têm uma solução rápida e eficaz, fáceis de adquirir em certas farmácias de manipulação e drogarias, bastando apresentar a receita azul, a fiscalização deficiente dos órgãos competentes, a falta de informação dos consumidores e, principalmente, a eterna cobiça que envolve os maus profissionais responsáveis pela saúde e o bem-estar da população, tudo isto, junto, são razões de sobra para o altíssimo consumo como opção primária, deste tipo de produtos.

Para Dra Emília Pinheiro, também autora do livro "Dieta Pelo Tipo Metabólico e Sanguíneo" , a obesidade é uma questão multifatorial e que, embora muitos não creiam nisso, não existem fórmulas mágicas para uma perda de peso permanente, saudável e eficiente, que não passem pela reeducação alimentar, adequada à sua individualidade biológica, a Dieta pelo Tipo Sanguineo. “O uso dos inibidores de apetite não fazem o efeito em longo prazo, ou seja, os usuários ficam obesos de novo e, o que é pior, com muitos mais quilos contabilizados em seu corpo, devido ao famoso “efeito rebote” ocasionado com a parada do medicamento, em que o próprio organismo dá início a esse tipo de situação, retornando a pessoa a engordar velozmente, e sempre, superior ao peso que perdeu”, conta.

Estatísticas mostram que pessoas que nunca fizeram uso de inibidores de apetite emagrecem melhor e mais rapidamente do que aquelas outras que fizeram uso desse tipo de substâncias. Emília Pinheiro diz ser bastante comum ser surpreendida com pessoas que chegam ao consultório, com receita pedindo para substituir “esta fórmula natural, que não está mais fazendo efeito”, por uma outra, mais eficaz. “Ao olharmos, porém, o receituário, percebemos, de imediato, que lá estão, em sua composição, as já nossas conhecidas anfetaminas. E, o que é pior, às vezes nas mãos de pessoas que nem sequer se poderiam considerar obesas, aquelas que estão com sobrepeso de até 10 quilos e que poderiam muito bem emagrecer apenas, com mudanças em seus hábitos alimentares e atividades físicas , combinação mais do que perfeita para combater qualquer excesso de peso”, conclui.

(*) Dra. Emília Pinheiro é Terapeuta Ortomolecular e Especialista em Dieta do Tipo Sanguineo.

Autora dos livros: Dieta Pelo Tipo Metabólico e Sanguineo (Ed. Unicorpore) – 2ª edição, revista e ampliada. Para adquirir o livro www.unicorpore.com.br e, A Dieta de Auschwitz Versus o Pão Nosso de Cada Dia - Ariana Editora – Portugal. (Inédito no Brasil)

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