Dra. Cristine Almeida de Carvalho |
A acne agora se tornou “uma maldição” que aflige as mulheres ao longo das suas vidas. O sofrimento se estende da adolescência e entra na casa dos trinta. “Uma, em cada cinco mulheres, fica chocada ao desenvolver a condição após os 25 anos de idade. Mesmo as que nunca tiveram espinhas na adolescência podem apresentar o problema na fase adulta”, explica a dermatologista Cristine Carvalho, diretora do CDE – Centro de Dermatologia e Estética.
E segundo algumas pesquisas feitas sobre o problema, o estresse é a razão mais comumente apontada para o crescente número de mulheres com acne na vida adulta. “O estresse faz as glândulas supra-renais liberarem mais hormônios masculinos, o que desencadeia a produção de mais oleosidade pela pele, bloqueando os poros. No Reino Unido, as pesquisas indicam que 66% das mulheres que são mães e trabalham fora ‘lutam contra as espinhas’ ”, observa a médica.
Um estudo do Nantes University Hospital in France revela que as manchas provocadas pela acne adulta apresentam-se de uma forma diferente daquelas que aparecem na adolescência. Ao contrário dos adolescentes, que tendem a ter erupções ao redor da zona T: testa, nariz e queixo, as mulheres, na casa dos vinte cinco anos, apresentam uma forma de acne que provoca manchas mais profundas e mais difíceis de tratar. “As mulheres também são até três vezes mais propensas a sofrer de acne do que os homens. Esta diferença pode ser devido ao fato de a pele feminina ser mais sensível à ação dos hormônios masculinos sobre as glândulas sebáceas”, diz Cristine Carvalho.
Outro fator que favorece o aparecimento da acne na vida adulta é o tabagismo. Dois estudos recentes descobriram que mulheres fumantes sofrem com ataques de acne mais freqüentes e graves. “A nicotina é um fator que impulsiona a produção da oleosidade da pele, o que destrói as fontes de vitamina E, vitais para a reparação da pele”, explica a dermatologista, que também é chefe do Departamento de Fototerapia do Curso de Pós-Graduação em Dermatologia da Fundação Pele Saudável, Instituto BWS.
Mudança no enfoque do tratamento da acne
“Vivemos um momento em que é preciso reavaliar o que pensamos saber sobre a acne. É preciso reconhecer o quanto a acne afeta a vida das mulheres adultas. Para muitas, ela ‘entra em ação na vida’, mais tarde, quando elas têm que fazer malabarismos para dar conta da família e da carreira, ao mesmo tempo. E como muitas das pacientes do sexo feminino que sofre com acne tardia têm trabalhos estressantes, é muito importante ajudar a paciente a lidar com o estresse, além de tratar a pele”, defende Cristine Carvalho.
Segundo a diretora do Centro de Dermatologia e Estética, o tratamento da acne adulta empregando a terapia de indução percutânea de colágeno tem sido de grande valia. “O tratamento pode ser feito por mulheres e homens que desejam amenizar as cicatrizes provocadas pela acne. O estímulo mecânico à produção de colágeno realizado por meio do rolamento de um cilindro com pequenas agulhas provoca micro lesões na pele. Por meio deste procedimento, a produção de colágeno pode dobrar e o efeito pode, ainda, ser otimizado com a aplicação da vitamina C”, explica dermatologista.
Cristine Carvalho esclarece que apesar do emprego das microagulhas, o procedimento não causa dor ao paciente, pois antes de iniciar o procedimento, um creme anestésico é aplicado na pele. “O paciente poderá sentir suaves picadas no local e ter pequenos sangramentos, não havendo perda de sangue”, informa.
“No tratamento das cicatrizes da acne adulta, após três sessões, com intervalo de dois meses entre cada uma, já é possível visualizar os resultados. Cada sessão pode levar, em média, uma hora e meia, pois, após a aplicação do anestésico na pele é preciso aguardar 60 minutos. Para fazer o rolamento é necessário de 15 a 20 minutos. E ao final do procedimento, caso haja a aplicação da máscara de vitamina C, 15 minutos são suficientes”, explica Cristine Carvalho.
CONTATO:
Ttwitter: @dracristinecarv
Nenhum comentário:
Postar um comentário